Guajará-Mirim,

Alertas de desmatamento em Rondônia aumentam 101% em maio de 2021
Comparação foi feita com maio do ano passado. Rondônia foi o 4ª estado que mais desmatou em maio de 2021. A maior porcentagem de desmate ocorreu no Pará (37%), seguido do Amazonas (23%)

Publicado 17/06/2021
Atualizado 17/06/2021
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As áreas com alertas de desmatamento em Rondônia em maio de 2020 correspondiam a 68 km². Em maio deste ano o número saltou para 137 km². Isso equivale a um aumento de 101%, segundo dados divulgados pelo Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), nesta quarta-feira (16).

Em toda a Amazônia Legal, apenas em maio de 2021, o instituto calcula que uma área de floresta quase do tamanho do município do Rio de Janeiro foi desmatada. Foram detectados 1.125 km² de desmatamento no período. Esse é o maior saldo da série histórica para o mês dos últimos 10 anos.

Rondônia foi o 4ª estado que mais desmatou em maio deste ano, entre os estados da Amazônia Legal. A maior porcentagem de desmate ocorreu no Pará (37%), seguido do Amazonas (23%).

E Porto Velho é a única capital no ranking das 10 cidades com níveis mais críticos de desmatamento:

  1. Altamira (PA)
  2. Lábrea (AM)
  3. São Félix do Xingu (PA)
  4. Novo Progresso (PA)
  5. Porto Velho (RO)
  6. Apuí (AM)
  7. Colniza (MT)
  8. Itaituba (PA)
  9. Novo Aripuanã (AM)
  10. Nova Bandeirantes (MT)

O Imazon classifica o desmatamento como "o processo de realização do "corte raso", que é a remoção completa da vegetação florestal". Em grande parte, essa mata é transformada em áreas de pasto. Entre os territórios com maiores índices de desmatamento estão:

  • 66% em áreas privadas ou sob estágios de posse,
  • 17% em assentamentos,
  • 15% em unidades de conservação e
  • 2% em terras indígenas.

Olhando especificamente para as terras indígenas, o levantamento mostra que a Karipuna, localizada nos municípios de Porto Velho e Nova Mamoré, continua entre as mais ameaçadas do país.

Terras indígenas em situações mais críticas

  1. TI Apyterewa (PA)
  2. TI Kayabi (MT/PA)
  3. TI Piripkura (MT)
  4. TI Kayapó (PA)
  5. TI Cachoeira Seca do Iriri (PA)
  6. TI Karipuna (RO)
  7. TI Trincheira/Bacajá (PA)
  8. TI Bacurizinho (MA)
  9. TI Enawenê Nawê (MT)
  10. TI Arara do Rio Branco (MT)

Em maio, indígenas do povo Karipuna entraram com ação na Justiça Federal de Rondônia pedindo proteção à Terra Indígena. A petição foi direcionada à Fundação Nacional do Índio (Funai), União e Estado de Rondônia.

Entre os pedidos estão a retirada dos invasores, criação de um sistema permanente de proteção para impedir novas invasões e a destruição de pastagens, poços, estradas e cercas feitas irregularmente dentro da terra indígena.

No final do mês a Polícia Federal (PF) deflagrou a Operação Crepitus para prevenir e reprimir a entrada de invasores na Terra Indígena Karipuna.

Segundo as investigações, no entorno da TI várias pontes haviam sido construídas por invasores, que buscam ocupar e desmatar. Durante a operação seis pontes clandestinas foram destruídas, assim como outros objetos usados ilicitamente na região.

 

Fonte: G1 RO