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Após reunião, Ucrânia oferece status de neutralidade em troca de segurança e Rússia recua no norte

Publicado 29/03/2022
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A Ucrânia ofereceu, nesta terça-feira (29), a adoção de um status de neutralidade em troca de garantias de segurança como parte de um acordo de paz com a Rússia, o que significa que o país não entraria em uma aliança militar, como a OTAN, e não hospedaria bases militares estrangeiras em seu solo. O anúncio, feito pelos negociadores ucranianos após uma nova sessão de discussão na Turquia, coincide com a iniciativa de Moscou de reduzir suas atividades militares perto de Kiev.

Essas propostas, que só entrariam em vigor em caso de cessar-fogo total, também prevêem um período de consulta de 15 anos sobre o status da Crimeia, anexada pela Rússia há oito anos, acrescentaram as autoridades ucranianas durante as negociações de paz.

A Rússia, por sua vez, reduzirá “radicalmente” sua atividade militar no norte da Ucrânia. Inclusive perto da capital Kiev, disseram os negociadores de Moscou em Istambul.

“Dado que as negociações sobre a preparação de um acordo sobre a neutralidade e o status não nuclear da Ucrânia se moveram para um campo prático (…) foi tomada a decisão de reduzir radicalmente, várias vezes, a atividade militar nas áreas de Kiev e Chernigiv”, disse o vice-ministro da Defesa russo, Alexander Fomin.

O negociador-chefe russo, Vladimir Medinsky, disse que houve uma “discussão significativa” nas negociações e que as propostas ucranianas seriam apresentadas ao presidente russo, Vladimir Putin.

Um negociador ucraniano disse que uma reunião entre o chefe de Estado russo e o líder ucraniano, Volodymyr Zelensky, é possível.